São Jorge
A Ilha de São Jorge tem uma superfície de 246 km2 e faz parte do Grupo Central do Arquipélago dos Açores. Em forma de faca, por ser comprida e estreita, conta com 65 Km de comprimento por apenas 8 Km de largura máxima. O seu ponto mais alto é o Pico da Esperança, com 1053 m. Velas, na costa sul, é a capital, e nos extremos da Ilha, situam-se, a Oeste, a Ponta dos Rosais e a Leste, o Topo.
Ao avistar a ilha, uma das coisas que mais chama a atenção é o seu imponente relevo costeiro, com falésias que atingem alturas de 300 a 425 m, em particular no lado Norte, um pouco mais escarpado que o lado Sul de São Jorge. No sopé das arribas é costume formarem-se as chamadas “fajãs”, que são plataformas de lava que entram mar adentro, nas quais se encontram com frequência lagoas costeiras permanentes, quer sejam supramareais quer estejam sujeitas ao ritmo das marés, entre as quais se destacam as fajãs do Santo Cristo e dos Cubres, situadas na vertente setentrional, que albergam áreas alagadas de grande interesse.
Outro aspecto a destacar da paisagem de São Jorge é o notável alinhamento de vulcões que parte de oeste em direcção ao centro da ilha, constituindo o seu eixo estrutural. A este respeito, é preciso salientar que aqui se deram vários episódios de vulcanismo histórico, em diferentes séculos. As zonas altas apresentam um relevo mais suave e alguns planaltos de razoável extensão, o que contrasta com o litoral escarpado.
O clima é similar ao das outras ilhas do Grupo Central, com precipitações médias anuais que superam os 1.000 mm nas zonas de menor altitude, valores que aumentam nas terras altas; e com poucos dias de sol por ano. As características orográficas e a localização em pleno oceano, proporcionam, tal como acontece nas outras ilhas dos Açores, a formação de névoas, frequentemente muito densas. O regime de chuvas é mais do que suficiente para manter verdes as pastagens de montanha durante todo o ano.
A população da Ilha de São Jorge é de 9.000 habitantes (2011), concentrada sobretudo no concelho de Velas. A capital foi fundada em meados do século XV, se bem que a sua ascensão a vila seja mais tardia. Tal como aconteceu um pouco por todo o arquipélago, os núcleos costeiros sofreram, com uma certa frequência, o ataque de piratas. Ao longo dos tempos, também, os terramotos e as erupções vulcânicas afectaram a população local. À cerca destas últimas, foram relevantes as erupções que ocorreram nos anos de 1580, 1757 e 1808.
Durante muitos anos, S. Jorge suportou o isolamento, mas a abertura do aeroporto, em 1982, e as obras de requalificação dos seus dois portos, deram-lhe uma maior abertura ao mundo exterior.
A economia local assenta principalmente na criação de gado bovino e na pesca. É famoso o “queijo da Ilha”, o mais conhecido de todo o Arquipélago pela sua grande qualidade, mas as bondades gastronómicas de S. Jorge não se ficam por aqui, oferecendo a quem a visita óptimos pratos tradicionais. No passado, sobretudo nos séculos XVIII e XIX, o cultivo da laranja, cujo produto era exportado para Inglaterra, assumiu grande importância. Hoje em dia, o turismo está a adquirir um papel de relevo, em grande parte associado, à semelhança do que vem sendo feito no resto do arquipélago, às caminhadas e à observação da natureza, que aqui foi pródiga – S. Jorge é, sem dúvida, uma das ilhas mais atractivas dos Açores.